quinta-feira, 19 de abril de 2012

Adeus céu azul.

"(...) O que eu mais vou sentir falta é o vento em meu rosto..
        Talvez o barulho dos carros e as risadas altas da cidade (...)"
                                        — Minha carta de Suicídio.

   Há mais ou menos quatro ou cinco meses atrás eu escrevi uma carta, não era de saudade nem de amor, não era para algum amigo nem para uma garota que eu gostava. Essa carta era para todo Mundo e para ninguém, na carta eu me despedia e sentia culpa, eu pedia desculpas por tudo o que ja fiz, e agradecia todos os sorriso que as pessoas fizeram aparecer no meu rosto, na carta eu dizia que ja não era mais criança e que meus sonhos também dançam com monstros de um filme japonês. Tudo o que eu tinha cabia dentro do coração, talvez. Na carta eu não tinha mais muitos dias, pra falar a verdade só tinha mais aquele, e assim que o sol fosse embora, eu iria junto.. só que não voltaria no outro dia de manhã. Eu não iria embora para algum lugar onde eu pudesse ver pessoas ou eu pudesse ligar ou entrar na internet.. se é que vocês me entendem.

"(...) Pássaros são as coisas que eu mais admiro, não sei por que,
    mas quando voam parecem mais livres do que jamais pensei que um dia seria (...)"

   Falaram para manter a calma, disseram que os dias se renovam, mas o que eu queria mesmo era voar, mas é uma pena que eu tenha medo de altura, minha carta cheia de frases que ninguém leria em voz alta foi totalmente escrita pela minha caneta da sorte, é claro que a caneta não era sortuda, eu apenas gostava muito dela, mas isso não interessava mais, eu sentia que estava quebrando as correntes que me impedem de voar. Cartas de suicídio são tão clichês quanto "era um vez..." mas ainda sim, elas precisam ser escritas, todo o suicida acredita em vida após a morte. Eu não ligo se você achar que não pode voar, mas não quero que quebrem minhas asas, todos temos asas mas não somos anjos, as penas queimam mas o inferno está fechado e o céu está lotado.. As vezes ainda sinto raiva, as vezes sinto medo, as vezes não sinto nada, as vezes sinto tudo de uma só vez e são nesses dias de silêncio mais profundo que eu preciso ser vigiado por mim mesmo, aquela idéia de morte tão atraente e tão perto está agora um pouco longe, mas não esquecida.. e todos os dias que repito a ultima frase da minha carta

"(...) Hoje.. é meu ultimo dia de vida... denovo."

sexta-feira, 13 de abril de 2012

sem titulo, sem nada.

Ontem eu caminhei por algumas ruas atrás de coisas que eu sabia que não acharia, eu procurei achar estrelas de dia, e o sol de noite, eu queria ver o mar no meio da cidade, eu queria saber pra onde vão os pássaros, eu queria ver pessoas boas, eu queria achar a razão pra essa minha tristeza no coração. Não entendo, o dia está tão bonito e o vento sopra as minhas canções favoritas mas.. não consigo sorrir. Eu vi as nuvens se fechando diante aos meus pensamentos, eu sabia que viria o temporal e sabia como sobreviver, mas só está chovendo e nunca para, mesmo nesse dia de sol a chuva ainda cai dentro de mim e minha pele está fria, meus olhos estão fechando e eu sinto que a tempestade não vai ir embora. Eu pensei que os ventos que trazem os melhores perfume fariam a tempestade ir embora..

sexta-feira, 6 de abril de 2012

bom dia sol nascente

Hoje era perto das sete horas da manhã quando levantei da cama, deixei as luzes apagadas e caminhei até a cozinha, entre milhares de coisas que se passam na minha cabeça ao amanhecer, a unica que estava clara era que eu precisava de café, um café forte. Quando passei pela mesa da cozinha eu notei pelo cantos dos olhos uma cor vermelha forte e um branco. Quando virei a cabeça vi que se tratava de um bilhete com um rosa em cima, o bilhete dizia "desculpe ter que trabalhar no feriado.. te trago apenas uma rosa roubada, pra desculpar minhas mentiras e minhas mancadas" percebi que era um bilhete de meu pai para minha mãe, a primeira parte era um pedido de desculpas sinceras e a segunda parte era um trecho da musica favorita de minha mãe. Olhei pra cafeteira e o café estava passado já, deixei a rosa e o bilhete na mesa do mesmo jeito que encontrei e caminhei até o armário para pegar uma xícara, mas então não tive coragem de mexer no café nem em nada, eu sabia que era tudo um pedido de desculpas para minha mãe, eu sorri levemente e guardei a xícara pensando que se eu cassasse.. também faria surpresas para minha espoza, deixando rosas e bilhetes para ela. Depois de guardar tudo eu voltei em silêncio para a cama, queria que minha mãe acordasse primeiro, fiquei pensando em quanto tempo eles se conhecem, e são apaixonados desde muito tempo atrás, fiquei pensando nisso por um bom tempo até pegar no sono, quando levantei algumas horas mais tarde eu vi minha mãe na cozinha sorrindo, eu fiquei feliz por ela, pelo sorriso dela.