terça-feira, 29 de maio de 2012

Uma alma sob tensão que está aprendendo a voar

"(...) Através das nuvens eu vejo minha sombra voar
No canto do meu olho lacrimejante
Um sonho não ameaçado pela luz da manhã
Poderia soprar essa alma pelo telhado a noite (...)"
                                                         Learning to fly - Pink Floyd

    Ontem lá perto das 23h e lá vai pedra, eu coloquei algumas musicas para tocar, a banda que caiu em ordem aleatória foi Pink Floyd, apesar da banda não existir mais, Roger Waters continua fazendo show's pelo mundo. Nunca tinha pensando qual seria minha musica favorita da banda, a maioria dos fãs sempre gostou de Wish you were here. Eu gosto muito dessa musica mas não é minha favorita, lembro que a primeira musica que ouvi do Pink Floyd foi mother do disco The Wall eu achei a musica realmente uma porcaria, sem sentido algum. Deixei passar os dias e comentaram novamente dessa banda na escola ou em qualquer outro lugar, então percebi que a musica sozinha não fazia sentido algum, mas se ouvisse o disco inteiro ela se encaixava perfeitamente, sendo a coisa mais obvia do planeta. Acredito que quase tudo em nossas vidas separadamente vira uma porcaria sem sentido, então você ver o problema ou seja lá o que for como um todo, e pronto, a solução é tão obvia quanto não andar descalço no piso frio. Mas voltando ao assunto da minha musica favorita do Pink Floyd, acredito que é Learning to fly. Não só pela melodia ou a letra, mas o nome sempre me chamou muita atenção, "aprendendo a voar" é o sonho mais sonhado do ser humano, por isso temos aviões, mas mesmo os aviões tão rápidos e confortáveis, não se igualam a asas de verdade. Queria voar com asas de pássaros.


"(...) Uma alma sob tensão que está aprendendo a voar
Aterrado pelas condições mas determinado a tentar
Não consigo tirar os meus olhos dos céus que rodam (...)"


     Sou uma alma que nunca aprendeu a voar, por que de certa forma estou preso dentro de um corpo com capacidades bem limitadas, apesar de não poder voar, eu posso sonhar ou apenas "olhar os céus que rodam" como se estivesse caindo, assim como a noite cai de alturas impossíveis. Mas veja só, me perdi falando sobre asas, voar, Pink Floyd, musica favorita. Outra musica do Pink Floyd que faz parte do primeiro disco que ouvi é Goodbye blue sky. Essa musica não fala tanto de voar, mas apenas de cair, afinal almas que não aprender a voar caem.. talvez até o inferno, talvez não. Talvez só as almas boas consigam aprender a voar para chegar ao céu, o problema é: e se você não consegue voar alto o bastante pra chegar até o céu?

"(...) Gelo se forma sobre as pontas de minhas asas
estou caindo como uma alma suja (...)"

sábado, 19 de maio de 2012

Sob um céu de Blues

Eu não gostava de tardes de quarta-feira, nem de Jack Johnson ou perfumes doces. Mas ai então, eu comecei a gostar de numeros pares.

     Eu fechei os olhos tentando imaginar até quando no meu futuro eu podia ver, aos meus olhos sombra e solidão nunca foram problemas, eu gostava de fazer as coisas sozinho, gostava de jogar video-game sozinho e de caminhar também, gostava de ouvir minhas musicas sozinho e de planejar coisas que só eu faria, mas toda essa besteira de fazer tudo sempre sozinho ia mudar naquela tarde de quarta-feira, estava calor era verão, ao mesmo tempo não fazia muitos dia que passara o nosso "natal tropical" eu tinha conhecido uma garota que eu ja conhecia, convidei ela pra sair pensando que talvez não desse em nada, não me levem a mal, mas era sempre assim.. as pessoas me conheciam e não dava em nada. Então combinamos 15h30 da tarde nos encontraríamos em uns bancos que ficam na praça central da cidade, embaixo de uma arvore em forma de guarda-chuva, depois que acontecesse toda a história indo para casa eu peculiarmente lembraria da frase de uma musica do Paralamas do Sucesso "não há guarda-chuva contra o amor" mas isso é mais para o fim da história, cheguei no lugar marcada e nada da tal garota, passou-se cinco minutos e nada, mais quinze minutos e nada, derrepente eis que escuto meu celular tocar, uma mensagem: "estou quase aí." O que? a garota ja estava atrasada, admito que sou meio chato nessa questão de horário, eu fiquei um bom tempo sentado naquele banco, o vento batia e rebatia forte em tudo que estava na sua frente, então a tal garota apareceu, vocês nunca vão entender como eu me senti, ela era pequena mas com um sorriso incrível, brilhava. O sorriso dela me fez sorri, eu gosto de pensar até hoje que ela não notou meu sorriso idiota por ter visto ela chegando, me deixa mais confortável pensando assim, mas cá entre nós. Estava estampado no meu rosto um sorriso totalmente idiota, já os olhos dela eram de um azul parecido com o do céu, ela se aproximou e eu tive que respirar bem fundo e tomar coragem para começar a conversar "oi.." ela disse, com uma voz de anjo que acabara de acordar de um sono nas nuvens, "oiei" eu respondi atrapalhado, misturei oi, ei, eai tudo junto, ela sorriu, acho que deu certo.. "então..." ela falou, tentando puxar assunto, mas dava pra notar que estava mais perdida e sem jeito que eu, "ah sei lá, tudo bem?" e então assim ficamos por um bom tempo, com conversas clichês, aquelas que se começa para se ter intimidade. Depois de uma meia hora de conversas ja falávamos sobre duendes vestidos de papai noel, e muitas outras besteiras que por incrível que pareça, eu só me sentia a vontade pra falar com ela. Ela me contou das coisas do passado, falou da família engraçada que tinha, me contou das bandas que mais gostava e de como queria ir em show's, e a cada nova história que a garota dos olhos azuis me contava, mais eu gostava de ouvi-lá falar, de algum modo eu soube que essas histórias não eram histórias que ela contava a qualquer um, tinha que se merecer cada palavras, eu ria com ela, e dava minha opinião, as vezes opinião séria, mas quase em todas brincando e falando qualquer besteira só para ouvir ela rir, a risada dela era um tanto engraçada, ela me fazia rir. Então em um silêncio repentino eu não soube o que fazer, as palavras faltaram aos dois e sorrimos, de alguma maneira eu descobri que aquele momento era a minha unica chance, a hora do beijo. Eu me aproximei dela, seu perfume doce me envolvia em algo que eu não podia e nem queria sair, nunca fui fã de perfumes doces, nem mesmo gostava de muitos perfumes, mas o perfume dela, era como se fosse o melhor cheiro do mundo. então nos olhamos por um segundo e eu peguei a sua mão, o vento ainda estava forte então tirei o cabelo dos seus olhos, sorrimos denovo, dessa vez seus olhos azuis estavam mais perto dos meus castanhos. chegamos mais perto e os olhos se fecharam. Meu coração bateu mais rapido e então na hora exata começou a tocar uma musica no pavilhão de eventos que ficava próximo, deviam estar testando equipamento de som, "you and your heart" do Jack Johnson começou  a tocar, esse nem era um dos meus músicos preferidos, nem mesmo me importava as musicas dele, então essa musica começou a tocar no meu coração o resto da semana. A verdade era que eu não gostava de tardes de quarta-feira, nem de Jack Johnson ou perfumes doces. Mas ai então, eu comecei a gostar de numeros pares.



sexta-feira, 4 de maio de 2012

Quebra o silêncio e parte o coração

"(...) Não há nada de concreto entre nossos lábios
Só um muro de batom e frases sem fim
É que tudo se divide todos se separam
Uma república no pampa com pompa e circunstância
Um muro nos divide uma grade nos separa. (...)"

     Por fim terminei o livro que estava lendo, depois de quase 3 semanas de leitura eu terminei.. O Hobbit, claro que não vou fazer merchandising* do livro aqui. Mas recomendo ele, é uma espécie de prólogo de senhor dos anéis, que conta como senhor Bilbo o bolseiro, doze anões e um mago adquirem o anel do poder. Mas o que me chamou mais atenção no livro foi a forma em que o senhor Bolseiro rouba honestamente, em todas as ocasiões que ele roubou foi por sobrevivência, ou um pedaço de pão, ou uma taça de vinho. (Já que o anel foi ganho em um jogo de adivinhas e não foi de fato roubado) Mas o que tentei transferir para o Mundo onde vivo é que, quantas pessoas roubam honestamente. Na verdade acho que esse é o problema, as pessoas não roubam as coisas certas. Por favor, deixe-me explicar. Roube um beijo, roube um abraço, roube um suspiro ou um sorriso, tanto faz. As pessoas estão se dividindo entre elas mesmas, não é difícil reparar, em escolas, na rua, de todos os tipo.. dividem por cabelo, roupa, gosto e depois falam que odeio matemática, mas passam a vida dividindo em vez de somar. Ironia nada agradável. 

"(...) Há espaço pra todos há um imenso vazio
Nesse espelho quebrado por alguém que partiu
A noite cai de alturas impossíveis
E quebra o silêncio e parte o coração. (...)"

     Não sei bem porque, mas enquanto pensava no que escrever essa semana, a musica Alivio Imediado dos Engenheiros do Hawaii e o livro O Hobbit vieram ao meu pensamento. E por que não misturar tudo? Outro grande problema: por que não misturar tudo? acabo de notar que ando vendo problema em tudo. Em fim, por que temos que ficar tão distantes, se eu vejo aos montes em redes sociais mensagens de todos os tipos para que todos fiquem juntos. Eu acho tão estranho que todos tenham os mesmos sonhos e que os sonhos nunca virem realidade, não sei bem ao certo, talvez seja como aquela expressão: "a verdade a ver navios" seja como for, talvez as coisas mudem e as pessoas parem de levantar muros e grades para se separarem. Chego ao final com um apelo silêncio.. que os muros e as grades caiam.


*merchandising - Propaganda, divulgação.. etc