sábado, 19 de maio de 2012

Sob um céu de Blues

Eu não gostava de tardes de quarta-feira, nem de Jack Johnson ou perfumes doces. Mas ai então, eu comecei a gostar de numeros pares.

     Eu fechei os olhos tentando imaginar até quando no meu futuro eu podia ver, aos meus olhos sombra e solidão nunca foram problemas, eu gostava de fazer as coisas sozinho, gostava de jogar video-game sozinho e de caminhar também, gostava de ouvir minhas musicas sozinho e de planejar coisas que só eu faria, mas toda essa besteira de fazer tudo sempre sozinho ia mudar naquela tarde de quarta-feira, estava calor era verão, ao mesmo tempo não fazia muitos dia que passara o nosso "natal tropical" eu tinha conhecido uma garota que eu ja conhecia, convidei ela pra sair pensando que talvez não desse em nada, não me levem a mal, mas era sempre assim.. as pessoas me conheciam e não dava em nada. Então combinamos 15h30 da tarde nos encontraríamos em uns bancos que ficam na praça central da cidade, embaixo de uma arvore em forma de guarda-chuva, depois que acontecesse toda a história indo para casa eu peculiarmente lembraria da frase de uma musica do Paralamas do Sucesso "não há guarda-chuva contra o amor" mas isso é mais para o fim da história, cheguei no lugar marcada e nada da tal garota, passou-se cinco minutos e nada, mais quinze minutos e nada, derrepente eis que escuto meu celular tocar, uma mensagem: "estou quase aí." O que? a garota ja estava atrasada, admito que sou meio chato nessa questão de horário, eu fiquei um bom tempo sentado naquele banco, o vento batia e rebatia forte em tudo que estava na sua frente, então a tal garota apareceu, vocês nunca vão entender como eu me senti, ela era pequena mas com um sorriso incrível, brilhava. O sorriso dela me fez sorri, eu gosto de pensar até hoje que ela não notou meu sorriso idiota por ter visto ela chegando, me deixa mais confortável pensando assim, mas cá entre nós. Estava estampado no meu rosto um sorriso totalmente idiota, já os olhos dela eram de um azul parecido com o do céu, ela se aproximou e eu tive que respirar bem fundo e tomar coragem para começar a conversar "oi.." ela disse, com uma voz de anjo que acabara de acordar de um sono nas nuvens, "oiei" eu respondi atrapalhado, misturei oi, ei, eai tudo junto, ela sorriu, acho que deu certo.. "então..." ela falou, tentando puxar assunto, mas dava pra notar que estava mais perdida e sem jeito que eu, "ah sei lá, tudo bem?" e então assim ficamos por um bom tempo, com conversas clichês, aquelas que se começa para se ter intimidade. Depois de uma meia hora de conversas ja falávamos sobre duendes vestidos de papai noel, e muitas outras besteiras que por incrível que pareça, eu só me sentia a vontade pra falar com ela. Ela me contou das coisas do passado, falou da família engraçada que tinha, me contou das bandas que mais gostava e de como queria ir em show's, e a cada nova história que a garota dos olhos azuis me contava, mais eu gostava de ouvi-lá falar, de algum modo eu soube que essas histórias não eram histórias que ela contava a qualquer um, tinha que se merecer cada palavras, eu ria com ela, e dava minha opinião, as vezes opinião séria, mas quase em todas brincando e falando qualquer besteira só para ouvir ela rir, a risada dela era um tanto engraçada, ela me fazia rir. Então em um silêncio repentino eu não soube o que fazer, as palavras faltaram aos dois e sorrimos, de alguma maneira eu descobri que aquele momento era a minha unica chance, a hora do beijo. Eu me aproximei dela, seu perfume doce me envolvia em algo que eu não podia e nem queria sair, nunca fui fã de perfumes doces, nem mesmo gostava de muitos perfumes, mas o perfume dela, era como se fosse o melhor cheiro do mundo. então nos olhamos por um segundo e eu peguei a sua mão, o vento ainda estava forte então tirei o cabelo dos seus olhos, sorrimos denovo, dessa vez seus olhos azuis estavam mais perto dos meus castanhos. chegamos mais perto e os olhos se fecharam. Meu coração bateu mais rapido e então na hora exata começou a tocar uma musica no pavilhão de eventos que ficava próximo, deviam estar testando equipamento de som, "you and your heart" do Jack Johnson começou  a tocar, esse nem era um dos meus músicos preferidos, nem mesmo me importava as musicas dele, então essa musica começou a tocar no meu coração o resto da semana. A verdade era que eu não gostava de tardes de quarta-feira, nem de Jack Johnson ou perfumes doces. Mas ai então, eu comecei a gostar de numeros pares.



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